domingo, 12 de dezembro de 2010

vida... pessoas... palavras...

Oh! Tempo
relógio inexorável...
de amores ...
de desejos...
de saudades...
Bela vida vivi.
No teatro deste mundo absurdo
No absurdo deste mundo
fui vilão e herói.
Tive sonhos e pesadelos.
Fui tudo e, também, nada.
Hoje! Sou simplesmente eu.
(Elvandro Burity)
 
Gosto disso... me identifico... e acredito que muita gente também se identifica ao ler...
 
Acho que é um pouco disso... somos de tudo um pouco... mas no final das contas somos nós mesmos e ponto. Claro que toda a conjuntura influencia o que somos, as nossas escolhas, anseios, desejos... daí pensamos, o que é ser "simplesmente eu"?!
 
Mais do que qualquer coisa, temos que ter clareza do quanto precisamos um do outro para sermos felizes... do quanto a gente perde tempo tentando se entender e se aceitar, se tudo pode ser mais fácil quando ouvimos pessoas amigas, que tem afeto por nós sem cobrar nada em troca, que querem nosso bem simplesmente e despretenciosamente! E que de fora, são capazes de entender o que se passa aqui dentro, e do quanto cometemos falhas! Mas sem agredir ou cobrar, lançam palavras de auto-confiança, empoderamento... e  aguardam de braços abertos nosso próximo passo!
 
A coisa que mais gosto, é quando olho dentro dos olhos de alguém e sou capaz de me reconhecer ali... difícil (de fato!) é conseguir esse olhar! Cada dia vejo as pessoas se afastarem mais uma das outras, mantendo uma distância que permita uma autonomia... e o ato de manter uma conversa, troca de olhares sem nada falar, mas mesmo assim se compreender, está cada dia mais complicado. Parece que estamos fugindo da nossa essência por medo, irracionalidade... ou outra coisa que não sei bem ao certo o que é. Só sei que sempre optamos achar a 'falsa' liberdade mais fácil...
 
Tem uma linda música do Flávio Venturini, 'Uma Velha Canção Rock'n Roll', que diz "Saiba como ser livre todo momento da vida. Viva cada instante dia após dia, após dia.". Adoro essa parte, pois faz a gente pensar que não adianta querer colocar os pés pelas mãos, nem querer se adiantar no tempo, o agora é um presente oferecido, mesmo sem nosso agradecimento diário! E só temos que vivê-lo...curtir a vida, as coisas, as pessoas, os lugares, as sensações... a cobrança é só para que sejamos felizes! E ele prossegue dizendo que "nessa estrada, um pé nas nuvens, outro pé noutro lugar"... acho que é exatamente para que não esqueçamos de nos manter um pouquinho nas nuvens... é bom, necessário e faz com que não percamos o foco de que a vida não precisa ser só racional!
 
E ainda fecha a música dizendo "Canto alegre, não sigo sozinho...Uma velha canção rock'n roll". Realmente, tenho certeza que não 'acontecemos' sozinhos... e acredito que essa seja um pouco da idéia de que nos fala Gustave Le Bon sobre a psicologia das multidões. Ele afirma que, independente de quem sejam e dos modos de vida de indivíduos de um grupo, o fato de serem grupo coloca-os em uma espécie de mente coletiva, que os fazem sentir, pensar e agir de maneira diferente daquela que cada elemento do grupo teria caso se encontrasse em isolamento. Isso lá em mil oitocentos e noventa e lá vai tempo! Ou seja, somente juntos podemos realmente mudar algo, fazer sentir...
 
Indo mais longe ainda, Aristóteles dizia: "qualquer um que não consegue lidar com a vida comum ou é totalmente auto-suficiente que não necessita e não toma parte da sociedade, é um bicho ou um deus". E que verdade! (embora muitos bichos também só vivam coletivamente...) Só sei que não sou auto-suficiente, nem bicho e muito menos deus! rs. Preciso de gente! E acato tudo que cada um tem para mim, mesmo as palavras mais doloridas de se ouvir...
 
Gosto de escrever essas reflexões doidas, pois assim sinto que passo a conhecer mais a mim, e ainda aproveito para pensar sobre tudo que me dizem... e como diz o poema de Burity que iniciou esse texto... "fui vilão e herói... fui tudo e também nada... hoje sou simplesmente eu!"
 
Obrigada a todas e todos que me aceitam como sou, compreendem meus dilemas, me oferecem palavras, ombros e um impulso... e fazem questão de estarem sempre por perto!

Um comentário:

  1. Oi Bibi,
    que coincidência, pois eu também escrevi sobre vínculos no meu blog, no mesmo dia que vc. Eu quis escrever um pouquinho sobre o valor das amizades verdadeiras pra mim, e quando escrevi pensei em você também, e até te citei no texto (com disfarce, veja se se encontra lá: http://melvilanova.blogspot.com/)
    Mas concordo contigo, esse olhar verdadeiro é muito difícil de encontrar, e por isso temos que agradecer a Deus todos os dias, pois até temos bastante amizades verdadeiras, né?
    Bjs!

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